Lembro-me.
Lembro-me hoje.
Ontem.
E hei - de lembrar-me amanhã.
Tropecei nele sem querer.
No teu sorriso.
Fingi que me era indiferente.
Mas não foi.
Não é.
Não és.
Chegaste e ficaste sem pedir licença como se soubesses que eu ia querer (-te).
E quis.
E quero.
Trazias as mãos cheias de tudo.
Daquilo que eu estava vazia.
Trazias o mundo em ti para preencheres os meus pedaços de nada.
E eu deixei.
Tocaste-me ao de leve com a sabedoria de quem sabe o faz e o que quer.
E eu gostei.
E gosto.
Não me perguntes por quê. Pergunta ao meu coração, talvez ele consiga explicar-te.
Eu não consigo.
Nem sei se quero conseguir.
Quero apenas sentir.
Sentir dentro de mim.
Fica.
Fica e não peças licença para nada.
Invade-me.
Deixa-me sentir o teu calor.
Fundir-me contigo numa só alma, num só corpo.
Naquilo que só nós sabemos ser.
Quero ficar sempre assim.
Será isto um sonho? Talvez.
É tudo tão perfeito.
Tão perto do infinito.
Mas se isto for um sonho, então calem o mundo!
Não façam barulho.
Deixem-me dormir e sonhar para sempre !